“Você precisa de cinco laudos. Fora os laudos, você vai precisar de testemunhas que te reconhecem no gênero e no nome. Ou seja, você não existe sem a permissividade do outro”, relata Neon, que nasceu Neomir, em entrevista à repórter Caroline Monteiro, para o Seu Jornal, da TVT.
Ela conta que, aos 2 anos e meio de idade, contou para a mãe que era uma menina, e não um menino. Durante toda a infância, passou por problemas na escola que tratavam a sua identidade de gênero como desvio ou doença. Nas aulas de química, adotou o nome da reação química que transforma o neônio, elemento químico da tabela periódica, em luz. “Com a reação de eletrodos, vira Luz, que é o Neon. Pra mim, é um nome incrível. Eu gosto”, diz.
Contudo, o nome de batismo e o gênero masculino ainda constam do RG e também nos registros da conta bancária, por exemplo. No começo do ano, a publicitária entrou com ação na Justiça para poder modificar o registro civil sem precisar passar por avaliações, e desafiou o estado com medida extrema: caso o nome social e o gênero feminino não sejam concedidos sem os laudos, ela solicita a morte assistida.